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Yaqub Sibindy acusa potências ocidentais de manipular eleições africanas e ataca oposição em Angola, Moçambique e Tanzânia

Reprodução Índico Magazine.
Yaqub Sibindy, presidente do Partido Independente de Moçambique (PIMO), afirmou que as eleições em países africanos como Angola, Moçambique e Tanzânia são decididas não pelo voto popular, mas por negociações prévias com potências ocidentais interessadas nas riquezas minerais da região. Sibindy, conhecido por suas críticas contundentes ao establishment político, acusou diretamente líderes da oposição de serem "cartas fora do baralho" e de iludir o povo com "utopias eleitorais".

No texto, direcionado ao analista político e deputado da RENAMO, na Assembleia da República, Muhamad Yassine, Sibindy desqualifica figuras como Venâncio Mondlane, líder da oposição em Moçambique, e um "tal líder da oposição na Tanzânia", em referência a Tundu Lissu, líder do partido Chadema, afirmando que "nunca vão ganhar o poder". Ele argumenta que os resultados eleitorais já foram "pré-negociados" pelos partidos no governo, com o aval das potências ocidentais, garantindo a manutenção de líderes como Samia Suluhu Hassan na Tanzânia, Daniel Chapo em Moçambique e João Lourenço em Angola.

"As eleições são ganhas junto das potências ocidentais que definem, com o beneplácito dos partidos governamentais, o destino das matérias-primas existentes em cada país", escreveu Sibindy. Segundo ele, os eleitores locais são "distraídos do Terceiro Mundo" que acreditam em urnas "simuladas", enquanto o verdadeiro poder reside em acordos que asseguram o controle sobre recursos como gás natural em Moçambique, petróleo em Angola e minerais na Tanzânia.

Tundu Lissu,  líder da oposição na Tanzânia; Adalberto da Costa Júnior, líder da oposição em Angola; Venâncio Mondlane, líder da oposição em Moçambique.

A declaração ganha tom ainda mais agressivo ao atacar Adalberto da Costa Júnior, presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), principal força opositora em Angola. "Que plano tem Adalberto da Costa Júnior que supera as facilidades oferecidas ao Ocidente pelo MPLA?", questiona Sibindy, insinuando que a oposição angolana carece de "qualquer carta na manga para negociar o poder com o Ocidente". Ele compara a situação a eventos globais recentes, citando como o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, "mandou passear o menino Zelensky" em meio à guerra na Ucrânia, para ilustrar como superpotências ignoram aliados fracos.

Sibindy, que fundou o PIMO nos anos 1990, revela que seu partido descobriu esse "esquema" já nas eleições de 1994 em Moçambique. Ele alerta os opositores de que, sem entender essa dinâmica, acabarão "apodrecendo nas cadeias sem merecer nenhuma justiça justa". Mais além, acusa ativistas da oposição de serem "distraídos e oportunistas" que agitam o povo para "morrer por uma causa sobejamente perdida", beneficiando indiretamente agendas ocidentais de "criação de pandemias públicas para diminuir a densidade populacional", uma referência velada a teorias conspxiratórias sobre controle demográfico.

Em um tom de solidariedade pan-africana, o líder do PIMO critica a falta de luto por parte de ativistas dos direitos humanos quando "pretos morrem", exortando: "Um bom preto não se deve deixar-se agitar pelos brancos para matar outros pretos em nome duma democracia que nunca existiu". Ele rejeita a ideia de derrubar regimes "alinhados ao Ocidente" apenas para substituí-los por alternativas igualmente submissas.

Apesar do pessimismo, Sibindy posiciona o PIMO como uma exceção: "uma oposição muito próxima ao poder, podendo exportar o seu modelo de Oposição Construtiva à nível da Região Austral da África". Ele conclui que "o mundo está em movimento e a oposição pessimista está parada", sugerindo que seu partido oferece uma via pragmática em meio a um cenário geopolítico em fluxo.

O PIMO, fundado nos anos 90 como uma alternativa "inteligente" ao bipartidarismo moçambicano, tem histórico de baixa representação parlamentar, mas Sibindy usa sua influência para amplificar vozes marginais. Sua visão ecoa críticas mais amplas ao neocolonialismo econômico na África, onde investimentos ocidentais em extrativismo mineral são frequentemente questionados por ambientalistas e nacionalistas.

Redação: Índico Magazine

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