A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) confirmou a exclusão definitiva do empresário Álvaro Massingue, presidente da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), da corrida à sucessão de Agostinho Vuma na presidência da maior agremiação empresarial do país. A decisão, anunciada no último dia do prazo para submissão de candidaturas, reduz a disputa a dois candidatos: Lineu Candieiro, da Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE), e Maria Assunção Abdula, da Associação Comercial de Moçambique (ACM).
A exclusão de Massingue ocorre em meio a uma reviravolta surpreendente. Segundo Agostinho Vuma, presidente da CTA, uma reunião às 9h00 de quinta-feira, 24 de abril, resultou na decisão de reintegrar Massingue e aceitar sua candidatura, após um processo disciplinar que o havia afastado por 12 meses devido a alegações de manipulação eleitoral. A CCM foi notificada dessa resolução, mas, horas depois, um despacho do Tribunal Judicial do Distrito Municipal de KaPfumo reverteu a situação, mantendo a exclusão de Massingue.
Vuma esclareceu que a candidatura de Massingue foi rejeitada porque a CCM não apresentou uma carta de agendamento para a submissão formal da candidatura, conforme exigido pelos regulamentos eleitorais da CTA. “A Comissão Eleitoral não fugiu dos mandatários da Câmara de Comércio de Moçambique. A ausência desse documento foi determinante”, afirmou Vuma. A CTA reforçou que o processo disciplinar contra Massingue, que o acusava de regularizar quotas de associados com fundos de origem obscura, não será revogado por nenhum tribunal, solidificando a exclusão.
O caso ganha contornos controversos devido a uma decisão anterior do Tribunal Judicial do Distrito de KaPfumo, que, em resposta a uma providência cautelar, determinou a realização das eleições em 8 de maio de 2025 e garantiu a participação de todos os membros com situação regularizada até 31 de março de 2025, incluindo implicitamente Massingue. A CCM argumentou que a tentativa de afastar Massingue era “ilegal e antiética”, acusando o Conselho Directivo da CTA de manobras para obter vantagens eleitorais. Apesar disso, a Comissão Eleitoral da CTA recusou a candidatura de Massingue sem justificativa formal no momento da submissão, intensificando as tensões.
Massingue, que já concorreu à presidência da CTA em 2020, perdendo para Vuma, reafirmou sua intenção de manter a candidatura até o último momento, conforme relatado em posts no X. Ele chegou a contestar publicamente a suspensão, alegando que a decisão do tribunal favorecia sua inclusão. No entanto, a falta de cumprimento de formalidades processuais selou seu destino na corrida eleitoral.
A exclusão de Massingue deixa a disputa entre Maria Assunção Abdula, atual vice-presidente da CTA, e Lineu Candieiro, representante de jovens empresários. Abdula, que submete sua candidatura no dia 24 de abril, é vista como uma forte concorrente, potencialmente a primeira mulher a liderar a CTA, enquanto Candieiro aposta em uma plataforma de renovação e inclusão.
As eleições na CTA, marcadas para 8 de maio, ocorrem em um contexto de intensa disputa e controvérsias judiciais. A organização, que representa cerca de 140 membros, incluindo federações, câmaras e associações, enfrenta o desafio de manter a transparência e a credibilidade em um processo eleitoral marcado por acusações mútuas. A exclusão de Massingue, embora respaldada por questões processuais, pode aprofundar divisões internas e impactar a confiança de associados na liderança da agremiação.
O prazo para submissão de candidaturas encerrou-se em 24 de abril, e a CTA agora se prepara para a fase de pré-campanha. Enquanto isso, a CCM avalia possíveis ações legais para contestar a decisão, embora o tempo curto até as eleições limite as chances de reversão.
Redação: Índico Magazine |Fonte: AIN News| Siga o canal 🌐 Índico Magazine 🗞️📰🇲🇿 no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VafrN6E8aKvAYGh38O2p