O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, anunciou ontem (28), durante a cerimónia de balanço dos primeiros 100 dias de governação, o cancelamento de um concurso público das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) devido a elevados índices de corrupção e má gestão na companhia estatal. Em um discurso firme na cidade de Maputo, Chapo prometeu medidas drásticas para “exterminar os corruptos e nhonguistas” que comprometem a integridade da empresa.
“Quando vimos um antro de corruptos, nhonguistas e boladores na LAM, cancelamos o concurso, vamos reestruturar, colocar uma empresa limpa, com pessoas competentes que querem trabalhar para o povo moçambicano e não para si ou para um grupo”, declarou o Presidente. Ele reforçou sua determinação em mudar o cenário atual, afirmando: “Reafirmo ser preciso fazer diferente para obter resultados diferentes. Dos ministros, servidores e gestores públicos não espero repetição desta secção.”
No centro da controvérsia está Chakil Aboobacar, Secretário-Geral da FRELIMO e Presidente do Conselho Fiscal da LAM desde 2016. Segundo o jornal Evidências, Aboobacar, o mais jovem a ocupar o cargo de Secretário-Geral do partido, recebe um salário mensal superior a 60 mil meticais da LAM, além de um salário que ultrapassa os 600 mil meticais como líder da FRELIMO. Sua ascensão à posição na LAM, conforme o jornal, ocorreu por indicação direta do Presidente Daniel Chapo, sem concorrência.
As medidas anunciadas por Chapo podem impactar diretamente Aboobacar e outros gestores da companhia, que o Presidente classificou como “nhonguistas”. A reestruturação prometida visa restaurar a credibilidade da LAM, garantindo que a empresa sirva aos interesses do povo moçambicano. A decisão de Chapo foi recebida com expectativa, mas também levanta questões sobre como as reformas serão implementadas e se alcançarão os altos escalões do partido e da companhia.
Redação: Índico Magazine || Junte-se ao canal 🌐 ÍNDICO MAGAZINE 🗞️📰🇲🇿 no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VafrN6E8aKvAYGh38O2p