Uma investigação conduzida por um alto executivo da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) revelou a existência de seis empresas fantasma supostamente envolvidas em contratos fraudulentos com a companhia aérea estatal, as empresas foram descobertas no âmbito da restruturação e rentabilização da LAM. A descoberta levanta preocupações sobre a gestão financeira da LAM, que já enfrenta desafios operacionais e dívidas estimadas em cerca de €269 milhões, segundo informações recentes.
De acordo com fontes próximas à investigação, as empresas fantasma teriam sido criadas para desviar fundos da LAM por meio de contratos fictícios de prestação de serviços, como manutenção de aeronaves, fornecimento de peças e consultoria. O executivo, cuja identidade não foi revelada, identificou irregularidades em documentos e transferências financeiras que não correspondiam a serviços reais. A descoberta foi comunicada às autoridades competentes, e a Procuradoria-Geral da República de Moçambique já abriu um inquérito para apurar os detalhes do caso, conforme anunciado na última semana.
A LAM tem enfrentado dificuldades operacionais, incluindo a redução de sua frota para apenas três aeronaves após a rescisão de um contrato com a CemAir, da África do Sul, que resultou na retirada de dois aviões Bombardier CRJ900. Essa situação levou a cancelamentos e reagendamentos de voos, afetando cerca de 915 passageiros diários que utilizam a companhia para destinos nacionais e regionais.
O caso das empresas fantasma intensifica o escrutínio sobre a gestão da LAM, especialmente após a Fly Modern Ark (FMA), empresa que assumiu a administração da companhia, ter destacado a dívida de €300 milhões ao iniciar sua gestão. A sociedade civil e associações de consumidores exigem maior transparência e medidas para reestruturar a companhia, enquanto o governo moçambicano ainda não se pronunciou oficialmente sobre as alegações.
A investigação em curso pode ter implicações significativas para a LAM, incluindo a revisão de contratos, possíveis ações judiciais contra os responsáveis e a implementação de novas políticas de governança. A companhia aérea, considerada um símbolo nacional, enfrenta agora o desafio de recuperar a confiança do público e estabilizar suas operações em meio a um cenário de crise financeira e operacional.
Redação: Índico Magazine |Fonte: TVM| Siga o canal 🌐 Índico Magazine 🗞️📰🇲🇿 no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VafrN6E8aKvAYGh38O2p