A Lion Aviation, vencedora de um concurso público para fornecer sete aeronaves à Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), emitiu um relatório que denuncia sérias irregularidades no processo de aquisição, levantando alarmes sobre a gestão e a transparência da transportadora nacional. O contrato envolve a entrega de três Embraer E190 e quatro Boeing 737-700, mas está agora ameaçado por falhas de planejamento e práticas questionáveis por parte da LAM.
Segundo o relatório da Lion Aviation, a empresa demonstrou boa-fé ao garantir a maioria das aeronaves com seus próprios recursos, em vez de usar a Carta de Crédito Irrevogável de 3,5 milhões de dólares emitida pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) para apoiar a transação. No entanto, a LAM enviou prematuramente uma delegação de mais de 12 pessoas para inspeções na Europa, desconsiderando as recomendações da Lion Aviation para aguardar a disponibilidade das aeronaves. Como resultado, a delegação não encontrou nenhuma aeronave disponível, gerando custos adicionais e atrasos.
O relatório também aponta para indícios de sabotagem interna e documentação falsificada, sugerindo que a LAM pode não estar genuinamente comprometida com a conclusão da aquisição. Essas alegações comprometem a credibilidade da companhia e levantam dúvidas sobre sua comunicação com os novos acionistas.
A Lion Aviation reafirma seu compromisso com o projeto, destacando que a maior parte das aeronaves já foi adquirida e o depósito inicial, feito com recursos próprios, está garantido. A empresa expressa preocupação com a falta de transparência da LAM perante seus novos acionistas – Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) – que podem não estar totalmente informados sobre os riscos e operações da companhia aérea.
Apesar das dificuldades, a Lion Aviation vê uma oportunidade para recuperação, com o apoio de parceiros internacionais, como a Ethiopian Airways, com vasta experiência na reestruturação de companhias aéreas. Esses parceiros estão prontos para auxiliar na revitalização da LAM ou, caso necessário, na criação de uma nova transportadora nacional, livre das responsabilidades da gestão atual.
As denúncias feitas pela Lion Aviation, se confirmadas, podem prejudicar a confiança na LAM, tanto no mercado doméstico quanto internacional. Dado o cenário de desafios financeiros e operacionais enfrentados pela companhia aérea, a situação exige uma resposta imediata e transparente para evitar o agravamento da crise e garantir o futuro da aviação em Moçambique.
A LAM e seus acionistas devem esclarecer as acusações, tomar medidas para restaurar a confiança e garantir que o processo de aquisição das aeronaves seja concluído de maneira eficaz e transparente.
Redação: Índico Magazine || Junte-se ao canal 🌐 ÍNDICO MAGAZINE 🗞️📰🇲🇿 no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VafrN6E8aKvAYGh38O2p