O líder do partido sul-africano Economic Freedom Fighters (EFF), Julius Malema, voltou a agitar o debate sobre a integração africana ao defender, com veemência, a criação dos “Estados Unidos de África”. Em declarações recentes, Malema criticou as fronteiras herdadas do colonialismo e afirmou que a unificação do continente poderia abalar profundamente a ordem econômica global, incluindo a hegemonia do dólar americano e da libra esterlina britânica.
“Não tenho tempo para fronteiras; não tenho tempo para o colonialismo. Não há fronteiras na Europa, mas quando se trata de nós, dizem: ‘Vocês precisam de fronteiras.’ Por quê?”, questionou o político. Para ele, a fragmentação africana continua sendo um mecanismo de dominação externa: “A divisão de África é o que os faz prosperar”.
Malema propôs uma nova moeda africana lastreada nos recursos minerais do continente, com destaque para as riquezas da República Democrática do Congo e da África do Sul. Segundo ele, tal iniciativa teria o potencial de desestabilizar as potências ocidentais: “Poderíamos colapsar o dólar. Poderíamos colapsar a forte libra britânica, que é sustentada por ouro, mesmo sem terem uma única mina de ouro”.
O líder do EFF também criticou o modelo europeu de união que, segundo ele, é negado à África por interesses estratégicos do Ocidente: “A Europa apagou as suas fronteiras, mas insiste que África deve permanecer dividida. Por quê? Porque a nossa desunião enriquece-os”.
O apelo de Malema por um continente unificado e economicamente soberano não é novo, mas ganha novo fôlego num contexto de crescente descontentamento com as desigualdades globais e a persistente exploração dos recursos africanos por potências externas.
Especialistas observam, no entanto, que embora a visão de Malema tenha apelo popular, os desafios políticos, culturais e logísticos para a construção de uma federação africana permanecem monumentais. Ainda assim, o debate sobre a união do continente e a criação de uma moeda africana ganha cada vez mais espaço no discurso político pan-africanista.
Redação: Índico Magazine | Junte-se ao canal 🌐 ÍNDICO MAGAZINE 🗞️📰🇲🇿 no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VafrN6E8aKvAYGh38O2p