As eleições para a escolha do novo presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), marcadas para 8 de Maio, estão envoltas em polémica. O deputado António Muchanga lançou duras críticas ao atual presidente da CTA, Agostinho Vuma, acusando-o de envolvimento em escândalos e de manipular o processo eleitoral para favorecer um candidato único, excluindo a candidatura de Álvaro Massingue.
No programa de debate 6 às 9, Muchanga afirmou que “Agostinho Vuma não devia ter nascido”, em referência aos alegados escândalos que marcaram a sua liderança na CTA. Entre as acusações, o deputado destacou a aquisição ilícita de uma viatura BMW, que teria resultado na morte do motorista, e um caso de disputa pessoal envolvendo a esposa de Vuma. Além disso, Muchanga revelou que Vuma se recusa a deixar a presidência da CTA devido às “elevadas somas de dinheiro e bonificações” associadas ao cargo.
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Manipulação eleitoral e venda de lugares
As eleições na CTA têm sido alvo de controvérsia, com denúncias de manobras para limitar a participação de candidatos. Segundo fontes, o processo foi estruturado para excluir Álvaro Massingue, um dos potenciais concorrentes, favorecendo um candidato único. Três associações empresariais interpuseram uma providência cautelar para suspender o processo eleitoral, mas o Tribunal Judicial do Distrito de Kampfumo determinou a realização das eleições em 8 de Maio, exigindo que nenhum candidato tenha acusações de branqueamento de capitais.
Muchanga também fez uma denúncia grave, alegando que lugares próximos ao Presidente da República em eventos oficiais, como discursos, são “vendidos” por elevadas somas. “Quem quiser sentar próximo ao presidente deve pagar”, afirmou, sugerindo práticas de corrupção enraizadas na gestão da CTA.
Histórico de polémicas de Agostinho Vuma
Agostinho Vuma, que liderou a CTA desde 2017, enfrentou várias controvérsias ao longo do seu mandato. Em 2020, foi vítima de um baleamento em Maputo, um caso que permanece sem esclarecimento. Na época, Vuma exigiu justiça, mas as autoridades não identificaram os responsáveis. Além disso, em 2016, enfrentou um processo criminal por desrespeito ao Código de Estrada, com o Tribunal Supremo a solicitar o levantamento da sua imunidade parlamentar.
Apesar das polémicas, Vuma lançou recentemente dois livros sobre a sua experiência na CTA, intitulados Diálogo Público-Privado em Moçambique – Impacto na Economia e Guia ao Investidor e Liderança, Legado de uma Caminhada. Nos livros, o empresário defende o seu legado, mas as acusações
A CTA, principal organização patronal de Moçambique, enfrenta um momento crítico com a transição de liderança. Álvaro Massingue, que concorreu contra Vuma em 2020, e Lineu Candeeiro são os nomes apontados como potenciais candidatos às eleições de Maio. A organização tem defendido a necessidade de diálogo político para estabilizar o ambiente de negócios, especialmente após a crise pós-eleitoral de 2024, que resultou em perdas de cerca de 24,8 mil milhões de meticais nos sectores de comércio, logística, transporte e restauração.
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As declarações de António Muchanga geraram indignação entre apoiantes de Vuma, mas também intensificaram o escrutínio sobre a transparência do processo eleitoral na CTA. A sociedade moçambicana aguarda esclarecimentos sobre as acusações e os desdobramentos das eleições, num contexto de crescente tensão política e económica.
Fonte: 𝐓𝐕 𝐒𝐮𝐜𝐞𝐬𝐬𝐨 (Programa 6 às 9)
Redação: Índico Magazine
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