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JM Transporte, Lda., emitiu um comunicado oficial na sexta-feira, 12 de setembro, desmentindo categoricamente as alegações veiculadas em um vídeo que circula nas redes sociais, no qual um indivíduo afirma que os autocarros da empresa seriam utilizados para transportar membros da
Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (ANAMOLA), um partido político, de Maputo à cidade da Beira, onde será realizado o primeiro Conselho Nacional do partido.
No comunicado, a JM Transporte esclarece que o vídeo foi gravado por uma pessoa sem qualquer vínculo com a empresa, que teria acessado ilegalmente suas instalações para realizar filmagens não autorizadas. "A JM Transport não possui qualquer ligação ou envolvimento com o referido indivíduo, nem com a ANAMOLA, nem com qualquer partido político, e as alegações feitas no vídeo são falsas", afirma o documento. A empresa desconhece a identidade do autor do vídeo e anunciou que está a tomar "todas as medidas legais cabíveis para responsabilizar o autor".
Fontes próximas à companhia revelam que, embora negociações iniciais sobre a disponibilização de autocarros tenham ocorrido, incluindo discussões sobre um desconto de 4.200 meticais, com possibilidade de redução adicional na presença de Sua Excia. Venâncio Mondlane, presidente da ANAMOLA, a decisão de não prosseguir com o acordo foi tomada por ordens superiores de altos quadros do governo moçambicano. Essas instruções, segundo as fontes, refletem a intenção de manter a neutralidade da empresa em meio ao contexto político sensível envolvendo o primeiro Conselho Nacional da ANAMOLA na Beira.
O caso teve origem em contatos estabelecidos por António Sauzana, que, por intermédio do motorista Jaime Mucavele, conectou-se com o gerente Machel para discutir oportunidades de transporte. Sauzana, acompanhado de seu cunhado, visitou o parque da JM Transporte por volta das 14h, onde obteve autorização verbal do dirigente competente para gravar vídeos e tirar fotos das viaturas. Durante a visita, um colega de Machel pediu que Sauzana transmitisse uma mensagem a Venâncio Mondlane, recordando que foram colegas da 1.ª à 3.ª classe na Escola 25 de Junho. Contudo, a JM Transporte nega qualquer entrada ilícita, apresentando screenshots como prova de que as filmagens foram inicialmente consentidas, embora o uso posterior das imagens para fins políticos tenha sido considerado uma deturpação.
A ANAMOLA, liderada por Venâncio Mondlane, reagiu ao comunicado da JM Transporte, condenando a postura da empresa e reafirmando seu compromisso com ações transparentes e pragmáticas. O partido esclarece que as negociações visavam garantir transporte para moçambicanos que participariam do Conselho Nacional na Beira e nega qualquer conduta ilícita no acesso ao parque ou na gravação de vídeos.