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Assassino de Carlos Cardoso, Aníbalzinho, recupera a liberdade após mais de duas décadas de prisão

Jornalista Carlos Cardoso e Anibalzinho. Reprodução Índico Magazine.

Em um desfecho aguardado por anos, Aníbal António dos Santos Júnior, conhecido como Aníbalzinho, teve sua liberdade restituída nesta quarta-feira. Condenado como mandante do brutal assassinato do jornalista Carlos Cardoso em 2000, o criminoso português de 53 anos abandona as celas da prisão de máxima segurança em Maputo, marcando o fim de uma saga judicial que abalou Moçambique e expôs ligações perigosas entre crime organizado e corrupção bancária.

A decisão foi proferida pelo Tribunal Supremo de Moçambique, que acatou um recurso final apresentado pela defesa de Aníbalzinho. Após cumprir mais de duas décadas de uma pena de 28 anos, o réu beneficiou-se de uma revisão de pena que considerou "atenuantes processuais" e o tempo já decorrido. Fontes judiciais próximas ao caso confirmam que a liberação ocorreu por volta das 14h, sob escolta discreta, sem incidentes.

Aníbalzinho, filho do polêmico general português Aníbal dos Santos, foi o principal acusado no homicídio de Cardoso, um repórter investigativo que desvendava fraudes milionárias no Banco de Moçambique (BCM). O crime, ocorrido em 22 de novembro de 2000, chocou o país e a comunidade internacional, levando a um julgamento que durou anos e envolveu testemunhas protegidas e delações premiadas. Seus cúmplices diretos, como os atiradores Sernio Sucalane e Manuel Fernandes, já haviam sido libertados anos antes por bom comportamento.

A restituição da liberdade de Aníbalzinho reacende debates sobre impunidade no sistema judiciário moçambicano. Organizações de direitos humanos, como a Media Institute of Southern Africa (MISA), emitiram comunicados alertando para os riscos de revitimização da família de Carlos Cardoso, que luta por justiça há 25 anos. "Esta é uma vitória técnica da lei, mas uma derrota moral para a memória das vítimas do crime organizado", declarou o presidente da MISA-Moçambique, ao Jornal Notícias.

Por enquanto, Aníbalzinho deve retornar a Portugal, onde residia antes dos crimes. Autoridades moçambicanas impuseram restrições de viagem e monitoramento eletrônico por um período de 12 meses, além de proibição de contato com vítimas ou testemunhas do caso. Em declaração exclusiva à Lusa, seu advogado, Dr. João Baptista, afirmou: "Meu cliente pagou seu preço à sociedade e busca agora uma vida discreta. A justiça foi feita."

Redação: Índico Magazine Fonte: Lusa & Jornal Notícias 

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