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LAM suspende director financeiro e director jurídico, irmãos de Basílio Muhate e familiares de Eneias Comiche, por desvio de dinheiro


A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), companhia aérea estatal, vive um momento de turbulência após a suspensão imediata de cinco altos funcionários, incluindo o diretor financeiro e o diretor jurídico, acusados de envolvimento em um esquema de desvio de fundos públicos no valor de 48 milhões de meticais (cerca de 750 mil dólares americanos). A medida, anunciada nesta quinta-feira, resulta de uma auditoria interna que revelou irregularidades graves em contratos de tradução de documentos e pareceres legais, gerando indignação e chamadas por investigações mais profundas.

O epicentro do caso é Clergio Muhate, diretor financeiro da LAM, irmão do ministro da Economia, Basílio Muhate, e Henrique Comiche, diretor jurídico, tido como familiar próximo de Eneas Comiche, figura influente no setor público. Junto a eles, foram suspensos o diretor de finanças (DF) e mais três colegas não identificados publicamente, totalizando cinco suspensões no mesmo dia. Fontes internas descrevem o ambiente na empresa como "em chamas", com relatos de choques e preocupações sobre o impacto na reputação da companhia.

De acordo com a auditoria, o esquema operava por meio de uma empresa fantasma criada pelos envolvidos. Essa entidade fictícia cobrava valores exorbitantes por serviços de tradução de documentos legais e pareceres jurídicos da LAM, repassando o trabalho real a um tradutor juramentado por uma fração do custo. Em seguida, faturas forjadas eram emitidas, inflando os valores pagos pela companhia. O montante total desviado chegou a impressionantes 48 milhões de meticais, um valor que começou com estimativas iniciais de 1,8 milhão, mas que se revelou muito maior ao longo da investigação. "Eles criaram uma máquina de lavagem de dinheiro disfarçada de serviço essencial", comentou uma fonte próxima à auditoria, sob condição de anonimato.

O caso ganha contornos políticos devido às ligações familiares dos principais suspeitos. Clergio Muhate, como irmão do ministro Basílio Muhate, e Henrique Comiche, possivelmente parente de Eneas Comiche, ex-colega de turma em instituições como a FDUEM, ao lado de figuras como Hugo Gomes e Styaleir M., levantam suspeitas de nepotismo e influência indevida no setor estatal. Críticos apontam que tais conexões podem ter facilitado a aprovação de contratos sem escrutínio adequado, em um país onde a corrupção já custou ao erário mais de 250 milhões de meticais só no primeiro trimestre de 2025, segundo relatórios do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC).

A LAM, que já enfrenta desafios financeiros – incluindo perdas de três milhões de dólares por desvios anteriores e dívidas de 1,2 bilhão de meticais com clientes como a FRELIMO, vê sua gestão sob pressão. A companhia, gerida desde abril pela sul-africana Fly Modern Ark (FMA) para sanear contas, expressou "choque" com as alegações em comunicado recente, mas confirmou as suspensões como medida preventiva. "Estamos cooperando plenamente com as autoridades e priorizando a recuperação dos fundos", afirmou um porta-voz da LAM.

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