Maputo, 12 de novembro de 2024 - Em uma conferência de imprensa realizada no Ministério do Interior, o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, expressou seu descontentamento e preocupação com a sequência de manifestações que têm ocorrido em Maputo. Em tom sério e tenso, Rafael declarou que as manifestações devem cessar, e fez um apelo aos cidadãos para que retomem suas atividades normalmente nesta quarta-feira, pedindo que "amanhã vamos todos trabalhar".
“Vamos responder todos”: Rafael direciona-se a lideranças das manifestações
Durante a conferência, o Comandante-Geral da PRM lançou uma advertência direta às lideranças que, segundo ele, estariam por trás da organização das manifestações. “Se é para responder no tribunal penal internacional, vamos responder todos nós, incluindo aquelas que estão a dirigir as marchas”, afirmou Rafael. A declaração indicou uma possível disposição do governo em adotar medidas legais rigorosas contra aqueles que julgar responsáveis pela promoção dos protestos.
Bernardino Rafael foi categórico em descrever a natureza dos atos dos manifestantes, comparando-os a táticas de grupos terroristas que atuam em Cabo Delgado, no norte do país. “Aquela forma que estavam a desfilar os manifestantes no dia 07 é a mesma forma que desfilam os terroristas lá no norte, em Cabo Delgado”, afirmou Rafael, ressaltando a gravidade com que vê a situação atual.
Ele ainda descreveu que as manifestações deixaram de ser apenas “violentas” e passaram a “ser subversivas, com tendências de terrorismo urbano e sabotagem à economia”. Ao estabelecer essa comparação, o comandante enfatizou que a PRM está preparada para agir de forma firme, garantindo a ordem e tranquilidade pública, destacando a prontidão da corporação para conter qualquer ação que interpretem como uma ameaça à estabilidade do país.
Reforçando seu pedido de que os cidadãos voltem aos seus postos de trabalho, Rafael indicou que o governo deseja restabelecer a normalidade. Ele alertou que qualquer tentativa de prolongar as manifestações pode ser vista como um ato deliberado contra o funcionamento do país e a economia, o que será enfrentado de acordo com as diretrizes de segurança pública.
As palavras do Comandante-Geral Bernardino Rafael refletem a tensão crescente e a posição inflexível das autoridades em relação aos recentes protestos, que têm se intensificado após o anúncio dos resultados das eleições de outubro. Com a comparação entre manifestantes e terroristas e as advertências de medidas mais rigorosas, o discurso de Rafael torna claro o posicionamento do governo: as manifestações são vistas como ameaças à segurança nacional e à ordem econômica, e aqueles que insistirem em liderá-las enfrentarão possíveis consequências legais e de segurança.
Ao encerrar a conferência de última hora, Rafael reforçou a mensagem de que a PRM está preparada para “garantir a ordem e tranquilidade pública”, e que a prioridade é a estabilidade e o funcionamento do país.
Redação: Índico News – Radar Magazine MZ®||