Um grave incidente de segurança abalou a capital moçambicana esta terça-feira, com o rapto do empresário português Francisco Cerra, mais conhecido por Chico, proprietário da loja de venda de peças de viaturas NBC. O sequestro ocorreu por volta das 06h00 na Baixa da cidade de Maputo, em frente ao seu estabelecimento comercial, levantando preocupações sobre a escalada de crimes contra empresários estrangeiros no país.
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Francisco Cerra, empresário português, proprietário da loja de venda de peças NBC. |
Francisco Cerra, de cerca de 60 anos e de nacionalidade portuguesa, foi abordado por um grupo de seis homens armados com AKM e pistolas, que o interpelaram enquanto saía da sua viatura na Avenida Zedequias Manganhela. Testemunhas oculares relataram que o empresário foi arrastado à força para um veículo e levado por bandidos não identificados. Imagens captadas por câmaras de videovigilância no local mostram o momento tenso do sequestro, com os raptores agindo de forma rápida e violenta.
O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) confirmou o incidente através do seu porta-voz, Hilário Lole, que descreveu o rapto como "um ato criminoso premeditado". As autoridades já iniciaram uma operação de busca e resgate, envolvendo equipas especializadas para rastrear os suspeitos e localizar a vítima. Até ao momento, não há indícios de um pedido de resgate, mas o caso está a ser tratado com prioridade absoluta.
Francisco Cerra, que também possui nacionalidade moçambicana, é uma figura proeminente no setor automóvel em Moçambique, tendo fundado a NBC como uma referência na importação e venda de acessórios e peças para viaturas. O seu negócio emprega dezenas de moçambicanos e contribui significativamente para a economia local, o que torna o rapto ainda mais impactante para a comunidade empresarial.
Este é o mais recente caso de rapto de um empresário estrangeiro em Maputo, num contexto de crescente insegurança que levou cerca de 150 sequestros nos últimos 12 anos, segundo dados da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). A associação tem apelado ao Governo para medidas mais rigorosas contra estes crimes, que já forçaram uma centena de investidores a abandonar o país por receio.