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Marinha de Guerra entra em ação para inspecionar navio ancorado ao largo de Xai-Xai


Cinco dias após o surgimento de um navio de origem desconhecida ao largo da costa de Xai-Xai, a Marinha de Guerra de Moçambique destacou embarcações para inspecionar o Yangtze 8, um graneleiro de bandeira liberiana com destino a Malta, cuja permanência sem registo oficial continua a levantar suspeitas.


A Marinha de Guerra de Moçambique iniciou esta semana operações de inspeção ao navio, identificado pelo Índico Magazine como Yangtze 8, ancorado desde o dia 15 de julho a cerca de oito quilómetros da Praia de Xai-Xai, na província de Gaza. A embarcação, um graneleiro de grandes dimensões e bandeira da Libéria, foi inicialmente reportada como de origem desconhecida, gerando inquietação entre autoridades e moradores locais.


Segundo dados apurados pelo Índico Magazine, com 199,94 metros de comprimento e 32,26 metros de largura, o Yangtze 8 é um navio de carga construído em 2015, registado sob o número IMO 9725732 e MMSI 636016709. Dados do AIS (Automatic Identification System) indicam que a embarcação está a caminho de Valletta, Malta, com chegada prevista para o dia 6 de agosto, navegando a uma velocidade média de 11,7 nós.


A ausência de comunicação e de qualquer registo oficial de entrada em águas moçambicanas levou o Instituto Nacional de Transportes Marítimos (INTRASMAR) a considerar a possibilidade de atividade ilegal. A ligação às obras do Porto de Chongoene foi descartada, depois de a empresa responsável negar qualquer relação com o navio.

As autoridades tentaram, sem sucesso, estabelecer contacto via rádio. Perante o impasse, o caso foi reportado ao Posto Rádio Naval Central e, nos últimos dias, a Marinha de Guerra destacou embarcações para avaliar a situação no local. Até ao momento, não foram divulgados detalhes sobre o conteúdo da inspeção nem sobre o estado da tripulação.


Apesar de assegurarem que não existem sinais imediatos de ameaça, as autoridades reconhecem que a província de Gaza não dispõe de infraestrutura portuária adequada para acolher navios de grande porte, o que aumenta o grau de preocupação e exige maior vigilância sobre a soberania marítima.


A permanência silenciosa do Yangtze 8 continua a alimentar dúvidas, ao mesmo tempo que evidencia as limitações do país no controlo e monitoramento de embarcações estrangeiras nas suas águas territoriais.

Redação: Índico Magazine