Dinis Tivane, assessor político de Venâncio Mondlane, anunciou com emoção a aprovação do partido ANAMOLA, dedicando o marco ao advogado Elvino Dias, brutalmente assassinado em outubro de 2024. “Dedico este momento ao Elvino Dias e a todos os heróis que tombaram nesta luta pela libertação de Moçambique do domínio opressor deste regime sanguinário. Demos um enorme passo, irmãos! Festejemos!”, declarou Tivane, celebrando a conquista em nome de Dias, descrito como um símbolo da resistência e da justiça.
![]() |
Advogado Elvino Dias. |
Elvino Dias, reconhecido postumamente com o Prémio Nelson Mandela 2025 pela organização internacional ProPública, foi morto numa emboscada em Maputo enquanto representava Venâncio Mondlane, então candidato presidencial. O crime, que também vitimou Paulo Guambe, mandatário do partido Podemos, ocorreu na noite de 18 de outubro de 2024, em meio a tensões políticas e denúncias de fraudes eleitorais. Até maio de 2025, as investigações não identificaram suspeitos, reforçando suspeitas de motivação política.
A distinção da ProPública, entregue à família de Dias em 13 de junho, celebrou sua coragem e compromisso com os direitos humanos. No valor de 10 mil euros, o prémio destacou o legado do “advogado do povo”, que defendia os mais vulneráveis e lutava por justiça em um contexto de repressão. Agostinho Pereira de Miranda, presidente da ProPública, afirmou: “Elvino Dias representa a coragem cívica, física e moral que nenhum advogado pode deixar de ter.”
A Ordem dos Advogados de Moçambique e a comunidade internacional, incluindo a ONU e a Comissão Europeia, condenaram o assassinato, classificando-o como um ataque ao Estado de Direito. Carlos Martins, bastonário da Ordem, reforçou que o prémio a Dias é uma pressão por justiça e um tributo a um “combatente pela democracia”.
A aprovação do ANAMOLA, segundo Tivane, é um passo na continuidade da luta de Dias contra a opressão e a impunidade. O partido promete honrar sua memória, intensificando esforços por transparência, democracia e proteção aos defensores dos direitos humanos em Moçambique. “Que a morte de Elvino não seja em vão”, reiterou Tivane, ecoando o clamor por justiça que ressoa no país e no continente.
Redação: Índico Magazine