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Joaquim Chissano: “Corrupção e má governação estão na origem da instabilidade em África”

Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique 
O antigo Presidente da República de Moçambique, Joaquim Alberto Chissano, afirmou que a corrupção sistémica e a má governação são as principais causas da instabilidade política e social que marcam vários países africanos.

Em entrevista concedida ao canal sul-africano SABC News, Chissano destacou que, para o continente alcançar prosperidade, é imprescindível fortalecer as instituições públicas e torná-las confiáveis. “Se quisermos construir um futuro estável, precisamos de instituições sólidas que inspirem confiança aos cidadãos. Sem isso, estaremos sempre vulneráveis à instabilidade”, declarou.

O estadista moçambicano falava no âmbito do Diálogo Africano de Paz e Segurança, realizado em Magaliesburg, na província sul-africana do Noroeste, onde líderes e especialistas debateram os desafios da governança e da segurança no continente.

Chissano chamou a atenção, em particular, para os processos eleitorais em África, sublinhando o crescimento da violência e da contestação pós-eleitoral. “Uma área em que devemos nos concentrar é a realização de eleições confiáveis. A violência pós-eleitoral tem aumentado na África e difama a volatilidade do processo eleitoral em nosso continente. Temos observado um aumento significativo nos desafios à forma como os processos eleitorais são conduzidos, com acusações de fraude eleitoral e manipulação de votos”, alertou.

Segundo o ex-presidente, a incapacidade de garantir transparência e credibilidade nos pleitos eleitorais alimenta crises políticas que rapidamente se transformam em instabilidade social e até militar. “Precisamos de eleições que sejam aceites por todos os atores políticos, para que deixem de ser uma fonte de conflito e passem a ser um instrumento de união e desenvolvimento”, acrescentou.

O discurso de Joaquim Chissano reforça o apelo à construção de uma cultura política baseada na responsabilidade, na boa governação e no respeito às regras democráticas, como fundamentos essenciais para a paz e o progresso de África.

Fonte: SABC News

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