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“Jovens, o futuro é agora”: Chissano desafia nova geração a libertar Moçambique da pobreza e corrupção


Chissano alerta para “novas formas de opressão” em Moçambique e apela à juventude para assumir o futuro do país

O antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano afirmou hoje, durante um simpósio comemorativo dos 50 anos da independência nacional, que o país continua a enfrentar “novas formas de opressão”, como a pobreza, corrupção e exclusão social, exortando a juventude a assumir um papel ativo na construção de uma Moçambique mais justa e desenvolvida.

Hoje enfrentamos a pobreza, a corrupção, a exclusão social, a ignorância e o extremismo violento. Essas são as novas formas de opressão que minam o exercício da nossa liberdade”, declarou o antigo chefe de Estado, de 85 anos, perante uma audiência reunida em Maputo para assinalar também os 63 anos da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

Chissano, que liderou o país entre 1985 e 2005, salientou que, apesar dos desafios, Moçambique soube manter-se fiel aos seus princípios fundadores mesmo perante adversidades como “a guerra civil, as calamidades naturais recorrentes e as pressões externas”.

Não herdámos instituições adaptáveis à situação do novo Estado independente. O que nos valeu foi a clareza que tínhamos dos nossos objetivos e a confiança na criatividade do nosso povo”, destacou.

Entre os principais ganhos da independência, o antigo estadista destacou avanços nos setores da educação, saúde e valorização da cultura nacional, embora tenha reconhecido que o país ainda luta por alcançar a sua independência económica. Nesse contexto, apelou à juventude moçambicana para que assuma com responsabilidade a tarefa de “construir uma nação livre da pobreza e da ignorância”.

A juventude tem hoje por missão associar-se aos instrumentos modernos, à inovação científica, à transformação digital, à ética e à cidadania, como elos condutores para a conquista da independência económica”, sublinhou, acrescentando que “a paz conquistada através do Acordo Geral de Paz de 1992 é um bem precioso” e que a sua preservação deve ser prioridade nacional.

Defensor do diálogo como base da convivência democrática, Chissano concluiu apelando à coesão nacional em torno do desenvolvimento: “A política deve ser instrumento de transformação, e o diálogo deve ser parte intrínseca da cultura da nossa nação. Que a diversidade de ideias não seja um entrave à nossa marcha.”


Joaquim Chissano é o mais antigo dos três ex-presidentes vivos de Moçambique e uma figura central na história da FRELIMO, movimento do qual é presidente honorário e onde militou desde os anos da luta de libertação, tendo entrado para a guerrilha em 1963.

Fonte: Lusa // PME
Redação: Índico Magazine