"A verdade virá à tona, o povo verá uma coisa!": Venâncio Mondlane desafia Daniel Chapo para debate televisivo após negação de acordo

O líder do movimento VM7 e ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, lançou um desafio direto ao Presidente da República, Daniel Chapo, propondo um debate aberto e televisivo para esclarecer, diante do povo, a existência ou não de um acordo político entre ambos. “TVM, STV, TV Miramar, TV Sucesso… organizem um debate entre eu e ele… a verdade virá à tona… o povo verá uma coisa!”, declarou Mondlane, em tom firme, após Chapo ter negado publicamente qualquer entendimento com o opositor.

A proposta surge na sequência de declarações de Chapo à imprensa internacional, onde o Chefe de Estado afirmou categoricamente: “Com Venâncio Mondlane não há nenhum acordo” e acrescentou que “não há nada a cumprir”, referindo-se aos encontros realizados com o líder do VM7.

Chapo sustenta que as reuniões visaram apenas desencorajar discursos de ódio e promover um clima de paz. No entanto, a própria admissão de que houve um entendimento para a pacificação levanta contradições. “Cumprir com o que foi entendido” sugere, para muitos analistas, a existência de um compromisso, ainda que informal.

Para Mondlane, as palavras de Chapo representam uma tentativa clara de distanciamento político: “Se não há nada a esconder, então debatamos diante do povo.” A sua exigência de um confronto público tem como objetivo, segundo afirma, esclarecer os moçambicanos sobre o que realmente foi dito e acordado nos bastidores.

Especialistas veem na postura do Presidente uma estratégia de “negação útil” — um recurso comum em política para manter flexibilidade sem assumir compromissos públicos. A negação de um acordo pode ajudar Chapo a evitar repercussões políticas entre os seus aliados, sem necessariamente romper com os benefícios obtidos com o diálogo.

Enquanto o Presidente insiste que não houve acordo algum, a tensão continua a crescer no espaço público, onde o silêncio pode ser mais ruidoso que a própria palavra. Agora, cabe a Daniel Chapo decidir se enfrenta Mondlane num debate aberto, ou se continuará a responder à distância, sob os olhares atentos de uma nação que exige clareza.

Redação: Índico Magazine |