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O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu um alerta sobre a situação económica de Moçambique, destacando que a dívida pública, próxima de 90% do PIB, e o défice fiscal acima de 7% colocam em risco a sustentabilidade económica do país. Durante um encontro com representantes do governo, sector empresarial e parceiros internacionais, o organismo instou à contenção da despesa pública e a uma melhor gestão orçamental, enfatizando que não há margem para alívio fiscal no momento.

O FMI sublinhou a necessidade de reformas urgentes para evitar o agravamento da situação económica, alertando que a falta de disciplina orçamental pode comprometer a estabilidade macroeconómica. A dependência do Estado em bilhetes de tesouro para financiamento, segundo a Confederação das Associações Económicas (CTA), tem encarecido o crédito ao sector produtivo, limitando o crescimento da economia formal, que suporta uma carga fiscal desproporcional, concentrada em apenas 20% a 30% das empresas.

A CTA defendeu a necessidade de uma reforma fiscal abrangente, com maior digitalização e alargamento da base tributária para reduzir a pressão sobre o sector formal. Por sua vez, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), presente no encontro, reiterou o interesse em investir em sectores como energia, turismo e infra-estruturas, mas alertou que os desafios macroeconómicos podem desencorajar investidores.

Apesar da promessa de diálogo e apoio técnico do FMI, analistas alertam que pressões eleitorais e a falta de compromisso com reformas estruturais podem atrasar as medidas necessárias para conter o crescimento da dívida e restaurar a confiança na economia moçambicana. A implementação de políticas fiscais rigorosas será crucial para evitar uma crise económica mais profunda.

Redação: Índico Magazine