Pascoal Ronda despediu-se do cargo de Ministro do Interior de Moçambique destacando os avanços alcançados durante o seu mandato. “Saio com resultados e bom trabalho”, afirmou o ex-ministro, ao mesmo tempo que reconheceu os desafios persistentes, como os crimes de rapto, que continuam a abalar o país.
Ronda, que assumiu o cargo em agosto de 2023, enfrentou um período marcado por questões críticas de segurança, incluindo uma onda de raptos que afetou principalmente empresários. Apenas em 2024, casos como o rapto de um jovem empresário em Maputo e de um comerciante em janeiro de 2025 demonstraram a persistência desse problema. “Os raptos são um problema a ser combatido a todo momento”, reforçou o ex-ministro, sublinhando que os esforços para desmantelar redes criminosas e proteger os cidadãos devem ser contínuos.
Durante o seu mandato, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) intensificou operações, desmantelando cativeiros e detendo suspeitos. Apesar disso, os números são alarmantes: em 12 anos, cerca de 150 empresários foram raptados, levando muitos a abandonar o país. A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) destacou o impacto económico negativo desses crimes, apelando a ações mais eficazes.
Além disso, Ronda enfrentou um período turbulento com os protestos pós-eleitorais de 2024, que resultaram em mais de 300 mortes e mais de 230 crimes graves, incluindo ataques a unidades policiais.
Ao concluir o seu mandato, Ronda enfatizou que, apesar das dificuldades, deixa o Ministério com avanços importantes e a certeza de que os desafios enfrentados exigem continuidade e dedicação do governo. “Os resultados são visíveis, mas ainda há muito a ser feito”, concluiu.
Redação: Índico Magazine ||
Fonte: O País|| Imagem: Arquivo Radar