Uma onda de indignação e protestos tomou conta do Aeroporto Internacional de Maputo nesta segunda-feira, onde dezenas de importadores e passageiros bloquearam o portão de chegadas e invadiram gabinetes administrativos, em repúdio ao que chamam de “taxas alfandegárias excessivas e injustas”.
A manifestação foi impulsionada por um súbito aumento nas tarifas cobradas pela Autoridade Tributária de Moçambique sobre bagagens consideradas em excesso. Passageiros relatam que as taxas, que até recentemente oscilavam entre 7.000 e 10.000 meticais por mala, dispararam para até 70.000 meticais, gerando confusão e revolta generalizada. A medida, implementada sem aviso prévio, afeta principalmente moçambicanos que regressam do exterior com artigos pessoais e encomendas destinadas a familiares
“O aeroporto deve liberar as malas. Estes jovens empresários é que contribuem com o pouco que conseguem para alavancar a economia deste país. São crianças empreendedoras. Reduzam as taxas e entreguem-lhes as malas. O país não vai crescer com este tipo de comportamento. Este movimento só está começando”, afirmou Zebito, uma das figuras presentes no protesto, intervindo em defesa dos importadores.
Até ao momento, não há um pronunciamento oficial das autoridades aduaneiras sobre os motivos do aumento das taxas nem sobre a legalidade da sua aplicação retroativa. Enquanto isso, vídeos da manifestação continuam a circular nas redes sociais, acompanhados de testemunhos de passageiros que se dizem lesados, reforçando a pressão pública por uma resposta urgente.
No local, a tensão continua elevada, com forte presença de seguranças, fricções ocasionais com os manifestantes e grande aglomeração no setor de chegadas. Fontes no aeroporto indicam que alguns serviços administrativos foram temporariamente suspensos devido à invasão dos gabinetes.
A situação reacende o debate sobre o acesso justo ao comércio informal e a regulação aduaneira no país, num contexto em que muitos pequenos importadores dependem dessas mercadorias para garantir a subsistência familiar e movimentar microeconomias locais.
Redação: Índico Magazine